O Bitcoin (BTC) está passando por um momento complicado. Após perder o suporte de US$ 115 mil, a criptomoeda caiu para cerca de US$ 112 mil nesta terça-feira. Essa oscilação na maior criptomoeda do planeta resultou em uma queda de quase 5% em relação ao seu recorde histórico de US$ 124.474, que foi alcançado apenas uma semana atrás.
Esse movimento tem deixado muitos investidores e analistas alerta. A dúvida agora é se essa correção será temporária ou se estamos diante de uma tendência de baixa que pode se estender por mais tempo. Apesar dessa instabilidade, algumas empresas, como Metaplanet e Strategy, continuam comprando Bitcoin, mostrando confiança em sua valorização a longo prazo. Na segunda-feira, essas duas empresas juntas adicionaram 1.185 BTC às suas reservas, um sinal de que há quem queira se posicionar melhor mesmo com os preços mais baixos.
É interessante observar que, enquanto o Bitcoin oscila, o cenário político e econômico também está agitado. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma reunião trilateral com Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky. Este encontro tem como objetivo impulsionar as negociações de paz na guerra na Ucrânia, e qualquer avanço nesse sentido pode impactar a confiança dos investidores. Se as conversas caminharem bem, o mercado pode reagir positivamente, o que geralmente é favorável para ativos mais arriscados, incluindo o Bitcoin.
No entanto, a falta de clareza sobre o que será decidido na reunião deixa muitos investidores cautelosos, algo que vem sendo visto em suas posturas mais defensivas nos últimos dias.
Análises técnicas e sinais de fraqueza no Bitcoin
Quando olhamos para os gráficos, notamos alguns sinais de que o Bitcoin pode estar perdendo força. O Índice de Força Relativa (RSI) caiu para 44 pontos, abaixo do nível neutro de 50, indicando que a pressão vendedora está mais forte atualmente. Além disso, o indicador MACD emitiu um sinal de venda no domingo, registrando um cruzamento de baixa.
Os analistas da QCP Capital preveem que o comércio lateral deve predominar nos próximos dias, com compradores aparecendo em torno dos US$ 112 mil e vendedores ressurgindo perto de US$ 120 mil. Esse padrão de movimentação pode continuar até sexta-feira, quando Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, deve discursar, fornecendo pistas sobre a política monetária americana.
Por outro lado, dados mostram que os investidores de longo prazo (LTHs) ainda estão conseguindo registrar ganhos, embora a um ritmo mais lento do que em ciclos anteriores. Isso indica que, mesmo com os recentes recuos, o mercado permanece perto de seus máximos históricos, e a pressão de venda está, por enquanto, sob controle.
Entretanto, há um alerta: a SoSoValue reportou uma saída líquida de US$ 121,81 milhões de ETFs de Bitcoin Spot na segunda-feira. Isso sugere que parte do capital institucional está se afastando, o que pode ser preocupante. Caso essa situação se intensifique, poderemos ver novas quedas de preço, dificultando uma recuperação mais rápida.
Curiosamente, a situação atual do Bitcoin assemelha-se a correções observadas em ciclos passados, cerca de 480 dias após o halving, conforme análise da CryptoQuant. Historicamente, esses períodos de fraqueza costumam durar de duas a quatro semanas, antes que uma nova aceleração se inicie. Se esse padrão se repetir, poderemos esperar por uma recuperação entre o final de setembro e o início de outubro.
